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EM PENITENCIÁRIA DE MURIAÉ PRESOS PARTICIPAM DE PROJETO E CULTIVAM HORTALIÇAS PARA INSTITUIÇÕES

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Divulgação

Mensalmente, 4 mil mudas de hortaliças são produzidas na unidade prisional de Muriaé-MG. Por detrás da muralha de concreto alface lisa, crespa e americana, repolho, repolho roxo, cebolinha, salsa, almeirão, quiabo e mostarda crescem dia após dia. As mudas são cuidadas pelas mãos de três detentos que, contribuem para a formação dos canteiros de hortas já implantados ou em implantação nas demais unidades prisionais de todo o estado. 

Esse é o projeto MudaR. Na Penitenciária de Muriaé, três presos se revezam, de domingo a domingo, nos cuidados com o plantio, desde o preparo das sementes e do substrato até o momento da colheita das mudas, que dura em média 30 dias. O trabalho é coordenado pelo policial penal Sérgio Vasconcelos. Pela atuação, os detentos recebem remição da pena: a cada três dias trabalhados, um é reduzido do tempo total da sentença judicial.

“O projeto proporciona benefícios além dos muros da nossa unidade prisional, porque possibilita aos presos o envolvimento em uma atividade produtiva. Com isso, eles se sentem úteis por fazer um trabalho em benefício das instituições da cidade, regressando à sociedade com maior autoestima”, enfatiza o diretor da penitenciária, Rodrigo Camargo.

Viveiro e horta

No espaço do viveiro, onde são produzidas as mudinhas, há também uma horta. Juntos, eles ocupam um terreno de mil metros quadrados. As mesmas hortaliças utilizadas para a produção das mudas são cultivadas para a doação. A horta da Penitenciária de Muriaé abastece sete instituições filantrópicas do município. Entre eles, o Lar de idosos Ozanam, a Casa Lar, que abriga crianças e adolescentes, e a Casa de Caridade de Muriaé — Hospital São Paulo. Cerca de 400 quilos de alimentos, uma média de 50 quilos para cada um dos beneficiados, são retirados quinzenalmente da horta da unidade prisional e doados para as instituições. 

Projeto MudaR

O projeto MudaR teve início em abril de 2019, apenas com a produção de alface-crespa. De lá para cá o sucesso foi tanto que outras hortaliças foram sendo agregadas gradualmente à produção. As mudinhas que antes eram fabricadas em um espaço adaptado ganharam também um viveiro exclusivo. Desde o início, mais de 250 mil mudas já atenderam as mais diversas unidades prisionais do estado, conforme explica o diretor de Trabalho e Produção do Depen, Paulo Duarte. “O MudaR foi e ainda é fundamental para o suporte às diversas unidades prisionais de Minas que querem fazer a  implementação e a manutenção de suas hortas”, afirma.

Ele explica, ainda, que o cultivo das hortaliças a partir das mudas recebidas segue as diretrizes do decreto 45.242/09, que prevê a doação de toda a produção para instituições sem fins lucrativos, entidades autárquicas e fundacionais do Executivo, órgãos da administração direta e entes da federação. “Assim, são diretamente beneficiadas creches, escolas, abrigos, bancos de alimentos de prefeituras locais, hospitais e asilos”, exemplifica. 

 

Fotos: Divulgação / Sejusp