UBÁ: APROVADO PROJETO DE LEI QUE PROÍBE ENTRADA DE RESÍDUOS DE OUTROS MUNICÍPIOS EM ATERRO SANITÁRIO LOCAL
Nessa segunda-feira, 9 de junho, a Câmara Municipal de Ubá realizou uma votação do Projeto de Lei n.º 34/2025, que proíbe a entrada de resíduos sólidos e rejeitos provenientes de outros municípios para tratamento, destinação e/ou disposição final no aterro sanitário local. O projeto, de autoria do vereador André Alves, ganhou grande destaque e gerou discussões intensas nas semanas que antecederam a votação.
O projeto, apoiado por um amplo movimento liderado pelo vereador André Alves e outros membros da Renovação Carismática Católica de Ubá, recebeu forte apoio de padres, paróquias e movimentos da cidade, muitos dos quais se posicionaram favoravelmente à proposta. Além disso, a iniciativa tem atraído atenção não apenas da direita local, mas também de setores ligados à defesa ambiental e destacando o vereador que às vezes entra em contradição quando fala da proteção dos trabalhadores do comércio de Ubá, criando uma aliança entre ideologias divergentes.
No entanto, o projeto também se tornou alvo de um intenso jogo de pressão política nas redes sociais, com montagens de vídeos e fotos que apelavam para a mobilização popular. Com o termo “vereadores contra o povo”, o material circulou amplamente nas redes, expondo uma clara tentativa de pressionar os parlamentares a votar a favor do projeto. Esse movimento, que lembra as estratégias do “gabinete do ódio” utilizadas em campanhas eleitorais de anos anteriores, teve um impacto significativo no comportamento dos vereadores, que sentiram o peso da opinião pública.
O clima tenso também foi evidenciado pela presença de representantes do Legislativo de Astolfo Dutra e pelo prefeito daquela cidade, Wesley Cordeiro de Souza, que acompanharam a sessão.
Mudança de Posicionamento, após o silêncio
O vereador José Roberto Filgueiras, líder da oposição, se destacou durante a sessão ao elogiar o projeto, posicionando-se contra a criação de um aterro sanitário no distrito de Diamante, um movimento iniciado na gestão do ex-prefeito Edson Teixeira Filho. O vereador José Roberto, que havia sido presidente da Câmara nos últimos quatro anos, chamou a atenção para que a mídia local havia dado pouca repercussão ao movimento contra o aterro, levantando críticas à cobertura da mídia tradicional e exaltando a importância da imprensa alternativa que tem desempenhado papel importante na mobilização, mesmo sendo a ela a única que profere xingamentos aos vereadores e a presidência da casa.
Apesar das críticas, a oposição conseguiu o apoio de todos, e o projeto foi aprovado por unanimidade. A aprovação do projeto não impede a criação do Aterro no distrito, porque as autorizações são de responsabilidade do Governo do Estado.
Pressão sobre o Prefeito
Com a aprovação do projeto, a medida agora segue para a assinatura do prefeito de Ubá, Prof. José Damato Neto, que já foi alertado por parte dos vereadores, como Jane Lacerda e André Alves, de que um eventual veto ao projeto seria interpretado como um ato contra a população.
O que vem por aí?
A votação de segunda-feira em Ubá reflete um processo político tenso, onde interesses ideológicos, pressões populares e movimentos midiáticos se encontram. Agora, cabe ao prefeito de Ubá decidir sobre a sanção do projeto, mas independentemente do desfecho, fica claro que o cenário político da cidade vive um momento de polarização, com os vereadores e a população divididos em suas opiniões sobre o futuro do aterro sanitário e a gestão dos resíduos no município. Ubá, segue enviando seu lixo para o município de Juiz de Fora, ao custo de pouco mais de R$ 2 milhões por ano, seguindo a exigência da estabelecida pela Lei 12.305/2010, que visa garantir a gestão adequada de todos os tipos de resíduos sólidos, incluindo a disposição final em aterros sanitários.
A reunião completa da sessão pode ser assistida na TV Legislativa, para aqueles que desejam acompanhar todos os detalhes dessa importante decisão política para Ubá.