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Em, 28 de abril, a denúncia oferecida pelo MPMG foi recebida pela Justiça e foi deflagrada a operação Héstia, visando cumprir sete mandados de prisão preventiva contra os denunciados por envolvimento na troca de tiros. O cumprimento dos mandados foi efetuado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) regional da Zona da Mata, unidade de Visconde do Rio Branco, e pelas Polícias Militar e Civil de Minas Gerais, após um intenso trabalho de investigação, no qual se apurou que os crimes ocorreram por conta de uma rivalidade relacionada ao tráfico de drogas, envolvendo dois grupos de Ubá, cidade a cerca de 40km de Rio Pomba. Durante o tiroteio, a jovem Luciane, foi morta e dezenas de pessoas ficaram feridas no dia 3 de março, por volta de 23h, na praça Doutor Último de Carvalho, no centro do município.
Durante a entrevista, os promotores de Justiça Shermila Peres Dhingra, de Rio Pomba, e Breno Costa da Silva Coelho, do Gaeco Zona da Mata, e o delegado de Polícia Civil em Ubá, Douglas Mota Barbosa de Oliveira, esclareceram que, dos sete investigados identificados e denunciados pelo MPMG, dois haviam sido presos em flagrante e quatro foram presos pela Polícia Militar no dia 5 de março, em uma casa em Ubá, utilizada como ponto de venda e armazenamento de drogas. No local, foram encontradas grande quantidade de drogas, armas de fogo e material para preparação de lança perfume. Também foram apreendidos aparelhos eletrônicos que foram essenciais para a elucidação do caso, que também contou com perícias e comparação balística realizada pela Polícia Civil.
PRISÃO
Após a denúncia, com a decretação da prisão preventiva, seis mandados foram cumpridos e um dos acusados encontra-se foragido. Segundo apurado, os acusados pertenciam a grupos que disputavam domínio territorial do tráfico de drogas em Ubá, sendo os dois presos em flagrante de um grupo e os quatro presos posteriormente, além do foragido, do grupo rival. Os investigados foram denunciados como incursos nos seguintes crimes, a maioria deles de natureza hedionda ou equiparada: associação para o tráfico de drogas, com pena de reclusão de 3 a 10 anos (artigo 35 da Lei n.º 11.343/06, c.c art. 40, inciso IV, da Lei 11.343/06); tráfico de drogas, com pena de reclusão de 5 a 15 anos (artigo 33 da Lei n.º 11.343/06, c.c art. 40, inciso IV, do mesmo diploma legal); homicídio consumado triplamente qualificado, com pena de reclusão de 12 a 30 anos, em relação à vítima fatal (artigo 121, §2º, incisos I, III e IV, do Código Penal); homicídio tentado triplamente qualificado, com pena de reclusão de 12 a 30 anos, em relação às demais vítimas (artigo 121, §2º, incisos I, III e IV, c.c artigo 14, II, ambos do Código Penal, por 19 vezes); porte de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito, com penas de detenção de 1 a 3 anos e de 3 a 6 anos de reclusão (artigos 12 e 16 da Lei nº. 10.826/03); falsa identidade, com pena de 3 meses a 1 ano de detenção, em relação a um dos denunciados (artigo 307 do Código Penal).
O MPMG ainda pediu a condenação ao pagamento de danos morais no valor de R$ 1 milhão por denunciado, a ser revertido em benefício das vítimas não envolvidas com as facções e familiares e do Fundo Penitenciário do Estado de Minas Gerais.
Conforme os promotores de Justiça, os acusados responderão na Justiça pelos graves crimes, devendo ser levados a julgamento perante o Tribunal do Júri da Comarca de Rio Pomba, e, se condenados, poderão sofrer aproximadamente cem anos de prisão.
Informações MPMG