Na tarde ensolarada de 26 de setembro de 2024, as portas do salão do júri, Fórum Desembargador Câncio Prazeres, se abriram para relembrar um crime que ainda ecoa na memória da cidade de Ubá. O assassinato de Elídia Geraldo, ocorrido há mais de cinco anos, é uma ferida aberta que a família, amigos e comunidade ainda tenta cicatrizar. O clima no tribunal era tenso, marcado pela expectativa e pela emoção de um caso que mudou vidas para sempre.
Elídia, uma jovem de apenas 19 anos, saiu de casa em uma noite de festa, a tradicional comemoração do aniversário da cidade, em 2 de julho de 2019. Como muitos, ela buscava diversão, música e a companhia de amigos no Horto Florestal. Aquelas horas de alegria, porém, se tornaram um pesadelo. Dias depois, seu corpo foi encontrado às margens da rodovia MGC-265, numa cena que devastou a todos e desencadeou a revolta na população ubaense.
No tribunal, a imagem de Caroline de Paula Dini, uma das acusadas, era de fragilidade. Vestia calça preta e uma blusa azul de manga longa, cabelo solto até a cintura. Quando subiu ao banco das testemunhas, as lágrimas não demoraram a aparecer. Tentou se justificar, mas suas palavras pareciam vazias. “Não me lembro”, disse repetidamente, como se a confusão que a envolvia pudesse apagar a responsabilidade de seus atos. A jovem, que disse se sentir culpada, estava ali para enfrentar um passado que, segundo ela, não conseguia entender.
Ao seu lado, Igor Resende, com o uniforme do sistema prisional, parecia uma sombra. Altura imponente, presença intimidadora. Seu depoimento, disse que teve medo. Ele confirmou que a noite começou com a expectativa de diversão, mas rapidamente se transformou em um cenário de drogas e violência. A luta corporal entre Caroline e Elídia, uma disputa que culminou em um crime.
Os depoimentos se entrelaçavam, revelando um emaranhado de emoções, medos e possíveis combinações, antes, durante e após o crime. Caroline falou de vozes que a instigavam a agir, mas as palavras soavam como um eco distante, uma tentativa de justificar o injustificável. E, em meio à agonia do tribunal, surgiram detalhes que chocaram ainda mais: ameaças feitas por meio de perfis fakes, a frieza que envolveu a ocultação do cadáver e a selfie tirada na delegacia, como se tudo não passasse de um jogo.
O clima de arrependimento que tentava se instalar no salão foi rapidamente dissipado pelas evidências e pela reação da comunidade. O júri, em um ato de justiça, condenou Caroline e Igor a 18 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. No final, a sensação era de que, mesmo em meio à dor, a verdade prevaleceu. Mas o que restou foi um longo caminho de luto e lembrança, um legado sombrio de uma festa que deveria celebrar a vida, mas que se transformou em um lembrete do que de pior pode acontecer quando a alegria encontra o abismo.
Elídia, se foi. Sua Mãe, infelizmente, não estava aqui para acompanhar o julgamento e condenação daqueles que tiraram a vida da sua filha. Aos que acreditam, talvez Mãe e filha tenham se encontrado. Aos que ficaram, resta uma lembrança eterna de que a vida é preciosa e, por vezes, vulnerável. E, enquanto a sentença ressoava, muitos se perguntavam: o que poderia ter sido diferente naquela noite?
**Amarildo Oliveira Netto é Jornalista e realizou a entrevista com os pais da Elídia na Rádio Educadora na época. Dias depois recebeu um e-mail anônimo com os nomes dos acusados, que foi encaminhado a Polícia, que prendeu o casal.
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