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GUIRICEMA: TRISTEZA E FÉ NA SANTA MONTANHA. DESPEDIDA DA IRMÃ LEONOR

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A tranquilidade dos contrafortes da Serra da Mutuca foi quebrada para uma cerimônia de despedida que carrega a profunda dor da perda e o conforto da fé. A comunidade eclesial da Santa Montanha se reuniu para o velório da Irmã Leonor, uma figura central na história e no espírito deste santuário tão querido. A cerimônia, que se estenderá até este sábado, 3 de agosto, às 10h, será celebrado com a Santa Missa e o rito das exéquias, e o sepultamento no cemitério da própria Santa Montanha.

Localizada no Distrito de Vilas Boas, Guiricema, a Santa Montanha é muito mais do que um ponto de referência geográfico; é um lugar de profunda devoção e fé, onde fiéis de diversas partes do Brasil se encontram desde 1966 para clamar a Nossa Senhora da Misericórdia e participar das missas no Rito Romano Extraordinário. Embora sua importância espiritual fosse indiscutível, a comunidade só recentemente conquistou um marco significativo: o reconhecimento oficial da Igreja. Após intensas negociações entre a Diocese de Leopoldina e a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, foi estabelecida a Capelania de Nossa Senhora da Misericórdia, uma conquista celebrada com a instalação oficial durante a Festa do Imaculado Coração de Maria, padroeiro da Diocese de Leopoldina, em 8 de junho deste ano.

A Irmã Leonor, que chegou à Santa Montanha no final de 1979 vinda de São Paulo, desempenhou um papel crucial na fundação de um convento de Irmãs Carmelitas no santuário. Sob a liderança dela, o convento manteve uma devoção profunda ao Papa João Paulo II, mesmo enquanto o grupo cultivava uma prática católica distintiva. Sua chegada foi um ponto de virada para a comunidade, que também recebeu, no início dos anos 1980, o bispo Dom Mauro da Igreja Católica Apostólica Brasileira. Juntos, formaram um seminário que gerou vários padres, todos mantendo uma separação com a Igreja Romana, mas ligados por um forte sentimento de pertencimento à Roma.

A partida da Irmã Leonor é sentida como uma grande perda, mas sua vida e trabalho continuam a ressoar entre aqueles tocados por sua dedicação e fé. A despedida no velório é uma oportunidade para a comunidade expressar sua gratidão e reverência por uma vida dedicada à fé e à construção de um legado espiritual que transcende as fronteiras da tradição e do tempo.

Com informações Assessoria/Pesquisa Maria Goreti Lana