OUTUBRO ROSA> “… TUDO ACONTECEU PARA QUE EU PUDESSE CRESCER… “LIAMARA VENCEU UM CÂNCER E CONTA SUA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Compartilhe
Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente em outubro, com a intenção de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mobilização visa também à disseminação de dados preventivos e ressalta a importância de olhar com atenção para a saúde, além de lutar por direitos como o atendimento médico e o suporte emocional, garantindo um tratamento de qualidade.
Sobre o câncer de mama
O câncer de mama é um tumor maligno que ataca o tecido mamário e é um dos tipos mais comuns, segundo o Instituto Nacional do Câncer — INCA. Ele se desenvolve quando ocorre uma alteração de apenas alguns trechos das moléculas de DNA, causando uma multiplicação das células anormais que geram o cisto. Diagnosticar o câncer precocemente aumenta significantemente as oportunidades de cura, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. Por isso, a mamografia é imprescindível, sendo o principal método para o rastreamento da doença.
- Levante seu braço esquerdo e apoie-o sobre a cabeça;
- Com a mão direita esticada, examine a mama esquerda;
- Divida o seio em faixas e analise devagar cada uma dessas faixas. …
- Sinta a mama;
- Faça movimentos circulares, de cima para baixo;
- Repita os movimentos na outra mama.
“… 5 anos depois, olho para trás e vejo como tudo aconteceu para que eu pudesse crescer não somente como pessoa, mas também espiritualmente.”
1. Conte um pouco quem é você.
Meu nome é Liamara de Almeida Druda, sou mais conhecida como Lia nasci na cidade de Ubá no dia 17-05-1979 e aqui resido desde então, hoje com 42 anos e mãe do Pedro de 3 anos, meu esposo chama Agostinho, sou filha de Roberto Druda Gomes, oficial de justiça aposentado e Síria Maurilda de Almeida Druda Gomes, professora e também aposentada. Sou proprietária da empresa Lia Arte em Laser, pioneira no ramo de corte a laser aqui na cidade de Ubá. Já tive loja na esquina da Ângelo Barleta com Santa Cruz e também na Ten. Pedro Batalha perto da Móveis Europa, atualmente trabalho somente por encomenda e atendimento online, devido à pandemia e a por achar necessário dedicar mais meu tempo ao crescimento do meu filho devido às experiências que passei, nunca sabemos o amanhã.
2. Quando foi diagnosticada com Câncer?
Com 35 anos no dia 27 de março durante um banho e fazendo um auto exame senti um pequeno caroço na mama esquerda e no dia seguinte por conta própria marquei um ultrassom e o médico me disse para procurar um mastologista para que ele, solicitasse o tratamento específico em oncologia.
3. Qual foi sua primeira reação?
Sai daquela sala sem acreditar naquilo que tinha ouvido, como eu iria contar isso para minha família? Só de pensar no sofrimento deles eu ficava apavorada. Tive muito medo e incerteza, já vinha acompanhando uma prima em tratamento e de repente me vi na mesma situação, e quem estava comigo ali naquele primeiro momento meu marido, que do seu jeito me deu forças e segurança para que eu pudesse contar. A notícia foi um choque para todos, mas decidi em ser forte e encarar tudo com mais leveza para que eles não sofressem tanto. Fiz o exame de biopsia… e dentro do carro quando li o resultado que dizia “Carcinoma Ductal Infiltrante SBR Grau III” e sem mesmo levar ao médico, no estacionamento do hospital, o laudo já estava claro, eu estava com câncer, e aquela esperança que eu tinha não era mais real, e agora? Por alguns segundos perdi o chão, chorei muito, desesperei, e mais uma vez o Agostinho estava comigo, me confortando, me dando apoio e segurança. Me recompus, tinha que ir para casa e contar a todos. Fui forte, e contei, as incertezas e os medos de cada um estavam ali, a única certeza que tínhamos era que íamos permanecer juntos independente do que acontecesse.
4 -Teve apoio da Família?
Quando a notícia de um câncer de mama se revela no seio familiar, é normal que todos fiquem um pouco confusos em um primeiro momento. Mas com o passar do tempo a vivência, as informações, ficam mais clara e o medo tende a diminuir, por isso o suporte da família é a base essencial para o tratamento. Graças á Deus, tive o apoio dos meus pais e das minhas irmãs. O amor, carinho e cuidados dos sobrinhos e de meu companheiro que nesta fase nunca deixou minha auto estima abaixar, permaneceu o tempo todo do meu lado me amando e desejando, e tudo isso foi fundamental para que eu pudesse permanecer forte principalmente no aspecto psicológico. Durante todo o processo de tratamento eles estiveram lá, e minha primeira batalha foi vencida graças minha mãe, que pela sua determinação e fé, conseguiu que eu tomasse um remédio que futuramente me possibilitaria de ter um filho, e hoje se tenho um, é graças a ela. Outra pessoa muito importante durante esse processo foi minha prima Erta, que também estava em tratamentos quimioterápico, permanecemos sempre juntas, uma dando forças a outra trocando experiências, medos e sucessos Eles foram imprescindíveis para que eu me sentisse segura no enfrentamento da doença.
5. Como e onde foi realizado o tratamento?
Ao contrário do primeiro médico que me recomendou em fazer o tratamento em Muriaé, optei em fazer o tratamento em Juiz de Fora no hospital ASCONCER, e na primeira consulta fui acompanhada pela minha mãe e pelo meu companheiro, mas minha prima, que também estava em tratamento, me alertou sobre uma injeção que protegia o útero para, que futuramente, se eu quisesse engravidar, pois, pela idade, poderia entrar em processo de menopausa e acabar a chance de ter um filho.
Em uma consulta fui informada que cada injeção custava, na época, em torno de R$ 600,00 e que teria que tomar uma por mês até o fim do tratamento. Os dias passaram e não conseguimos que o remédio fosse liberado a tempo e partimos para minha primeira Quimioterapia no dia 29 de abril de 2015, eu já tinha me conformado com o fato de não conseguir a injeção, mas minha mãe não se conformou, não aceitou aquela condição e com toda esperança e amor que uma mãe tem, praticamente implorou para que o médico desse um jeito, e naquele instante Deus tocou o coração dele, me lembro perfeitamente dele sentado na frente do computador, concentrado e depois de alguns minutos ele conseguiu liberar todas as injeções que precisava através do SUS, e aquela foi nossa primeira conquista, graças a persistência de minha mãe, saímos da sala e fomos em direção ao até então “desconhecido” Iniciei o tratamento fazendo as quimioterapias no dia 29 de abril de 2015.
Cinco meses depois pelo fato do nódulo estar respondendo muito bem ao medicamento, o médico teve que cessar as quimioterapias e me encaminhar para cirurgia, pois se continuasse poderia acontecer do nódulo sumir e não ter material depois para análise, e no dia 20 de outubro de 2015 fiz minha cirurgia e retirei parte da mama esquerda e o esvaziamento da auxilia esquerda. Recuperada da cirurgia comecei o tratamento de Radioterapia, que foram 30 sessões, uma por dia, e ainda continuaria o tratamento de quimioterapia por mais um tempo que foi terminar no dia 10 de outubro de 2016, no dia do aniversário de minha mãe e neste mês de outubro deste ano comemoro 5 anos do fim do meu tratamento.
6. Você venceu a doença, qual ensinamento tirou de vida durante este período?
Durante este 1 ano e 6 meses que tive em tratamento nunca passei mal com nenhum tipo de medicamento que tomei, digo que só fiquei careca, pois o tratamento por mais dolorido que fosse, para mim, foi fácil no quesito saúde, sei que cada uma pessoa tem sua particularidade que cada uma reage de uma forma ao tratamento, eu atribuo o meu sucesso devido às decisões que tomei durante este período. Eu tinha a consciência que a quimioterapia matava não somente as células cancerígenas como também as células boas e que é nossa imunidade é a principal arma para nos manter saudável.
Parei de tomar refrigerante, evitei o máximo possível de consumir açúcar, pois é esse o principal alimento do câncer, comecei a praticar exercícios físicos, graças a Deus na época tive condições de ser acompanhada por um fisiologista, meu tratamento teve o tempo diminuído devido à boa resposta do meu corpo.
Além de todas essas ações, não posso também deixar de lado a minha procura em manter uma cabeça boa, a necessidade de procurar Deus mais profundamente e nesta ocasião me fez conhecer o espiritismo que me deu conhecimento e forças durante esta jornada, além do apoio e amor da família. Hoje 5 anos depois, olho para trás e vejo como tudo aconteceu para que eu pudesse crescer não somente como pessoa, mas também espiritualmente.
Em 2017, um ano depois que acabei meu tratamento, descobri estar gravida, meu filho nasceu saudável e ainda amamento ele em uma das mamas. Há um ano comecei a entrar em processo de menopausa devido ao tratamento, e se não fosse a persistência da minha mãe, hoje com certeza não teria meu filho tão amado. O ensinamento que tirei desta fase é a certeza que tudo passa, que sempre nossas escolhas farão toda diferença no nosso caminho, seja ela em tentar manter a cabeça no lugar ou de ajudar o corpo a combater a doença e que o amor te dá forças para vencer muitas batalhas. Permaneça sempre perto das pessoas que ama, evite pessoas toxicas e tenha muita fé em Deus e acredite sempre QUE A CIÊNCIA ACOMPANHADA DA FÉ PODE TER RESULTADOS BEM MELHORES.
7. Qual mensagem você deixa para aquelas pessoas que estão neste momento passando pelo que você passou?
Encare o câncer com leveza e tente viver um dia de cada vez, tente ser forte e ajude seu corpo a combater o câncer, praticando exercícios físicos e tendo uma alimentação mais saudável, jamais se incomode com os outros, simplesmente goste de você e se aceite, jamais se desespere, mantenha a serenidade, a luz, a coragem, a paz e as forças na caminhada da enfermidade exalta os encantos da alma e, resgata o homem. Cada um tem sua força, fraqueza, singularidade e individualidade, cada um é único, jamais compare as experiências boas ou ruins, cada caso é um caso.