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POLICIAIS SE CONFUNDEM E JOVEM UBAENSE É ATINGIDO POR TIRO EM PERSEGUIÇÃO NA RODOVIA JUIZ DE FORA/CORONEL PACHECO

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Um jovem de 25 anos foi alvejado por policiais militares depois de ter sido confundido com assaltante. Os disparos foram feitos durante uma perseguição na rodovia AMG-3085, na noite da última terça-feira (30), um dos tiros acertou a coluna vertebral de Samuel Rodrigo dos Santos. Ele viajava com o cunhado e um colega sentido a Ubá, onde mora com a família e trabalha como balconista de uma farmácia, quando ocorreu o episódio. Os policiais teriam confundido o carro do trio, um sedan, com um modelo idêntico que havia sido tomado de assalto naquele mesmo dia.

As vítimas alegam que os militares, todos lotados no Pelotão Rodoviário da Polícia Militar, só viram que se tratava de um engano depois que ouviram o anúncio no rádio da viatura dando conta de que o carro roubado já havia sido encontrado na Zona Norte de Juiz de Fora. Dois dos três militares envolvidos na perseguição foram presos.

Quem dirigia o carro era Alexandre José Gonçalves, 44, que também trabalha na farmácia. Segundo ele, no momento em que a viatura se aproximou com os faróis altos, a primeira coisa que pensou foi que era alguém com pressa. “Faltava cerca de 5 quilômetros para chegarmos ao trevo, voltávamos de Varginha. Na mesma hora reduzi e joguei o carro para a direita, para que eles passassem. Em momento nenhum vi que se tratava da polícia. Em seguida ouvimos o primeiro pipoco, pensamos ser do escapamento. Logo depois, mais barulhos. O Samuel ainda brincou que o cano de descarga estava muito ruim. Só depois é que identificamos serem tiros. Comecei a gritar que era assalto e acelerei. Em seguida, o Samuel foi baleado. Saindo do trevo pensei em ir para o posto da polícia que tem na rodovia, mas aí ligaram o giroflex e parei. Ainda imaginei: será que é bandido usando carro falso da polícia?” comentou.

Alexandre relatou que só depois que foram abordados – o ponto exato da MG-353 ele diz não se lembrar – é que os militares ouviram no rádio o chamado dizendo que o carro roubado havia sido recuperado em Juiz de Fora. “Aí eles se assustaram e falaram: ‘meu Deus’. O tempo todo falamos que éramos trabalhadores, que era um engano. Falamos que o Samuel estava ferido, eles acharam que era mentira. Em alguns minutos, chegaram mais umas nove viaturas. Como não conseguiram contato com o Samu, eles mesmos socorreram o Samuel.” Para Alexandre, foi um erro sem justificativa. “O final da placa do carro que tinha sido roubado era 3636, e era de Belo Horizonte. O nosso, o final é 5751, de Ubá. Como confundem? Foi Deus estarmos aqui, vivos.”

O carro em que viajavam era do cunhado de Samuel, Rodrigo Rosário de Souza, 33, dono da drogaria onde todos trabalham. Ele estava no banco do carona. Conforme seu testemunho, mais de 11 tiros atingiram seu carro. Os pneus traseiros também foram furados pelos projéteis. “O que questiono é por qual motivo não ligaram o giroflex, não se identificaram. Atiraram sem saber. E se matam alguém? Poderia ser qualquer pessoa. Hoje meu cunhado está lá jogado no hospital. Ainda fizeram uma ocorrência de ‘direção perigosa’, colocando o Alexandre como autor. É absurdo”, desabafou.

O tenente Júlio César Almeida acompanhou toda a ocorrência. Ele destacou que se tratou de um engano, constatado após a abordagem, e que não havia nada de irregular ou ilegal no veículo ou com os ocupantes. 

Segundo o comandante, a versão dos policiais dá conta de que o condutor do carro perseguido fez diversas manobras perigosas e que andou em zigue-zague na pista.

ACESSE MATÉRIA COMPLETA DO TRIBUNA DE MINAS JUIZ DE FORA